Mais um dia começa e eu, obviamente, tenho mais um dia típicamente mortal. Coisas normais acontecem. Tomo banho, almoço e inicio minha peregrinação até o “Olimpo”. Mais um belo dia para novas lições divinas.
É preciso escolher o melhor lugar, para não perder nenhum momento dessa interminável batalha. E atenção: o relógio anuncia o momento do combate. Escondida por minha invisibilidade tento me defender dos ataques dos “intocáveis”. Eles só enxergam suas próprias barbas. Aos seus pés, os parasitas, que não são nada mais que um eco barato de sua soberba. Alimentando-os com sua miserável sapiência.
Grandiosos e despidos de humildade, nossos deuses com seus poderes, sem piedade alguma esmagam a todos que ousam atrapalhar a jogatina... Passam por cima de princípios e valores, riem dos que sagram, e como é de se esperar, não conseguem escapar o ridículo. Alimentam suas criaturas com o que há de mais desprezível e pequeno. E não é de se admirar que tentem nos seduzir com promessas de imortalidade. Pobres daqueles que se iludem.
São dias cansativos e solitários em meio a esses gigantes. É preciso perspicácia para fugir dos jogos, para que não nos façam mais uma marionetes nesse teatro. Como é difícil ser mortal nesse mundo de divindades.